Por Dr. Sérgio Maurício.
Você sabia que é possível diferenciar uma contratura de um estiramento muscular mesmo sem a realização de exames de imagem? Vamos esclarecer isso de uma vez por todas.
Primeiramente, vamos diferenciar:
- Contratura: o músculo contrai fazendo um nó e não relaxa.
- Estiramento: ruptura de suas fibras, podendo ser parcial ou total.
Na prática da corrida, a região mais comum para essas lesões é a panturrilha. Em casos de lesões de grau 1, que envolvem uma pequena ruptura das fibras, a maioria das pessoas consegue andar sem dor 24 a 48 horas após o incidente. Muitas vezes, a pessoa acha que está recuperada e tenta correr novamente, pensando que se tratava apenas de uma contratura.
No entanto, o que pode ocorrer é a evolução da lesão de grau 1 para graus superiores, como grau 2 ou 3, onde a ruptura das fibras é mais extensa. Nessas situações, a dor é mais intensa e a recuperação é mais demorada, já que o corpo precisa cicatrizar uma lesão mais séria.
O que acontece?
Uma lesão grau 1 se torna uma lesão grau 2 ou 3, que é quando há uma ruptura maior de fibras. Nesses casos sim, a dor é mais intensa e a recuperação da mais demorada, pois o corpo precisa cicatrizar uma lesão maior.
Então, diante desse cenário, temos duas escolhas:
- Realizar uma ressonância magnética para identificar se houve um estiramento muscular, possibilitando um tratamento específico que envolva fisioterapia, fortalecimento muscular e uso de analgésicos, quando necessário.
- Parar de correr por 15 a 20 dias, presumindo que a lesão seja um estiramento, afim de evitar complicações.
E no caso de um estiramento, o que posso treinar?
Geralmente, em lesões de grau 1, atividades de baixo impacto como ciclismo, elíptico ou natação são bem-vindas nos dias posteriores à lesão, ajudando a manter o condicionamento sem aumentar o dano muscular. A maioria das pessoas responde bem a essas atividades, mas é fundamental prestar atenção à presença de dor. Caso haja desconforto, é crucial dar mais tempo de descanso, especialmente em casos de lesões de grau 2 e 3.
Em suma, não deixe de procurar um diagnóstico médico e, se necessário, realizar exames de imagem para orientar o tratamento adequado da sua lesão.
Bons treinos e boas corridas!
Dr. Sérgio Maurício – Ortopedista especialista em Joelho e medicina do esporte.