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Dor no ombro ao levantar o braço? Pode ser síndrome do impacto

Diagnóstico precoce e fisioterapia são essenciais para a recuperação.

Crédito: freepik Crédito:

A dor no ombro ao levantar o braço, alcançar objetos ou praticar atividades físicas é um sintoma comum que pode indicar a síndrome do impacto do ombro. Essa condição, frequentemente associada a lesões no manguito rotador (grupo de músculos e tendões que estabilizam a articulação), exige atenção para evitar complicações como rupturas tendíneas e limitações crônicas. Neste artigo, explicamos como identificar o problema, as opções de tratamento e a importância da fisioterapia pós-cirúrgica para recuperação completa.

O que é a síndrome do impacto do ombro?

A síndrome do impacto ocorre quando os tendões do manguito rotador (especialmente o supraespinhal) são comprimidos entre a cabeça do úmero e o acrômio (parte da escápula). Esse atrito repetido causa inflamação, degeneração e, em casos avançados, rupturas.

Principais causas:

  • Movimentos repetitivos: Prática de esportes como natação, tênis ou musculação.
  • Má postura: Ombro caído para frente, comum em quem trabalha em computadores.
  • Envelhecimento natural: Degeneração tendínea após os 50 anos.
  • Traumas: Quedas ou impactos diretos no ombro.

Sintomas para ficar alerta

  • Dor aguda na parte frontal ou lateral do ombro ao levantar o braço acima da cabeça.
  • Fraqueza para carregar objetos ou girar o braço.
  • Estalidos ou sensação de atrito durante movimentos.
  • Dor noturna, que interfere no sono, principalmente ao deitar sobre o ombro afetado.

Diagnóstico: quando suspeitar de lesão no manguito rotador?

Além da avaliação clínica (testes de mobilidade e força), exames de imagem são essenciais:

  • Ultrassom: Identifica inflamação e rupturas parciais.
  • Ressonância magnética: Detalha o estado dos tendões e a extensão da lesão.

Tratamento conservador: evitando a cirurgia

Na fase inicial, o tratamento visa reduzir a inflamação e restaurar a função:

1. Repouso e gelo

  • Evite atividades que desencadeiem dor.
  • Aplique gelo no local por 15 minutos, 3 vezes ao dia.

2. Fisioterapia para fortalecimento e alongamento

  • Exercícios de mobilização: Pêndulos de Codman (balançar o braço suavemente para soltar a articulação).
  • Fortalecimento do manguito rotador: Uso de elásticos para movimentos de rotação externa e interna.
  • Alongamento da cápsula posterior: Puxar o braço afetado na direção oposta com auxílio da outra mão.

3. Infiltração com corticosteroide

Indicada para casos resistentes, reduz a inflamação local temporariamente.

Quando a cirurgia é necessária?

A intervenção cirúrgica é recomendada se houver:

  • Ruptura completa do tendão.
  • Falha no tratamento conservador após 3-6 meses.
  • Perda significativa de força e mobilidade.

Técnicas cirúrgicas comuns:

  • Artroscopia: Procedimento minimamente invasivo para descomprimir o espaço subacromial e reparar tendões rompidos.
  • Acromioplastia: Remoção de parte do acrômio para evitar atrito.

Fisioterapia pós-cirúrgica: etapas cruciais para a recuperação

A reabilitação pós-operatória é fundamental para restaurar a função do ombro e prevenir novas lesões. O processo é dividido em fases:

Fase 1 (0-6 semanas): proteção e controle da inflamação

  • Imobilização: Uso de tipóia para proteger a reparação tendínea.
  • Movimentos passivos: Fisioterapeuta mobiliza o ombro suavemente para evitar rigidez.
  • Exercícios de punho e cotovelo: Mantêm a circulação sem sobrecarregar o ombro.

Fase 2 (6-12 semanas): ganho de amplitude de movimento

  • Alongamentos assistidos: Uso de polias ou bastões para elevar o braço gradualmente.
  • Fortalecimento leve: Ativação isométrica do manguito rotador.

Fase 3 (3-6 meses): retorno às atividades diárias

  • Exercícios resistidos: Elásticos e pesos leves para recuperar força.
  • Treino funcional: Simulação de gestos como alcançar, empurrar e puxar.

Fase 4 (após 6 meses): retorno ao esporte ou atividade laboral

  • Exercícios específicos: Adaptados ao esporte ou trabalho do paciente.
  • Prevenção de recidivas: Orientação postural e ajustes na biomecânica.

Dicas para prevenir novas crises

  • Fortaleça o manguito rotador: Inclua exercícios de rotação na rotina de treinos.
  • Corrija a postura: Mantenha os ombros alinhados ao sentar ou ficar em pé.
  • Evite sobrecarga: Não carregue mochilas ou bolsas pesadas em um só lado.

A síndrome do impacto no ombro, quando não tratada, pode evoluir para lesões graves no manguito rotador. Felizmente, com diagnóstico precoce e fisioterapia adequada – seja para evitar a cirurgia ou na reabilitação pós-cirúrgica –, é possível recuperar a função completa do ombro e retomar atividades com segurança. Se a dor persistir, não ignore: buscar ajuda especializada é o primeiro passo para uma vida sem limitações.

Este conteúdo é informativo e não substitui consultas médicas. Procure um ortopedista ou fisioterapeuta para avaliação individualizada.

Consulte seu médico!

O Portal da Ortopedia recomenda consultar um profissional especializado em caso de dúvidas sobre qualquer informação de nosso site.

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Lesões

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