A fratura de colles é uma das fraturas mais comuns que afetam o punho, especialmente em mulheres após os 50 anos e em crianças. Essa lesão ocorre na extremidade do rádio, um dos dois ossos do antebraço, bem próximo à articulação do punho. Ela é classicamente associada a uma queda com a mão estendida, onde o impacto força o punho para trás, resultando no deslocamento do fragmento ósseo para cima e para a parte de trás da mão.
O nome da fratura é uma homenagem ao cirurgião irlandês Abraham Colles, que a descreveu em detalhes no século XIX, antes mesmo da invenção do raio-X. A fratura de Colles é conhecida por causar uma deformidade característica no punho, que se assemelha ao “dorso de um garfo”.
Causas e sintomas da fratura de colles
A principal causa da fratura de colles é a queda sobre a mão estendida. A força do impacto é transmitida ao punho, levando à quebra do rádio.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam a probabilidade de uma Fratura de Colles:
- Osteoporose: A diminuição da densidade óssea torna os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas, mesmo em quedas leves. É por isso que é mais comum em idosos, especialmente mulheres pós-menopausa.
- Atividades de alto impacto: Esportes e atividades que envolvem movimentos bruscos ou riscos de quedas.
- Acidentes: Quedas de altura ou acidentes de trânsito também podem causar essa fratura.
Sintomas comuns
Os sinais e sintomas de uma Fratura de Colles geralmente aparecem imediatamente após o trauma e incluem:
- Dor intensa no punho: Localizada e que piora com o movimento.
- Inchaço (edema): Rapidamente se instala na região do punho e da mão.
- Deformidade: O punho pode apresentar uma angulação incomum, a famosa “deformidade em garfo”, onde a mão parece deslocada para trás.
- Sensibilidade ao toque: A área fraturada é extremamente dolorosa ao ser tocada.
- Dificuldade de movimento: Limitação ou impossibilidade de mover o punho e os dedos.
- Hematomas: Manchas roxas podem surgir devido ao sangramento interno.
- Formigamento ou dormência: Se houver compressão de nervos próximos, como o nervo mediano.
Diagnóstico e Tratamento
Ao suspeitar de uma fratura de colles, é crucial procurar atendimento médico especializado o mais rápido possível.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de:
- Exame clínico: O médico avaliará os sintomas, a deformidade e a sensibilidade do punho.
- Radiografia (Raio-X): É o principal exame para confirmar a fratura, sua localização, o tipo de desvio e se há outros ossos envolvidos.
- Tomografia Computadorizada (TC): Em casos mais complexos, pode ser solicitada para obter uma visão mais detalhada da fratura, especialmente se ela envolver a articulação.
Opções de tratamento
O tratamento da Fratura de Colles visa realinhar os fragmentos ósseos, estabilizar a fratura e permitir a cicatrização, restaurando a função do punho. A escolha do tratamento depende da gravidade da fratura, do grau de deslocamento e de fatores individuais do paciente.
Tratamento não cirúrgico
É a abordagem mais comum para fraturas estáveis e sem grande desvio.
- Redução fechada: O médico realinha os fragmentos ósseos manualmente, sem a necessidade de incisão. Isso é feito sob anestesia local ou sedação.
- Imobilização: Após a redução, o punho é imobilizado com gesso ou tala por cerca de 4 a 6 semanas. A imobilização mantém o osso na posição correta enquanto ele cicatriza.
Tratamento cirúrgico
Indicado para fraturas mais complexas, instáveis, com grande desvio ou que afetam a articulação.
- Redução aberta com fixação interna (RAFI): Através de uma incisão, o cirurgião realinha os fragmentos ósseos e os fixa com o uso de placas, parafusos ou fios metálicos.
- Fixação externa: Um aparelho externo é conectado ao osso por meio de pinos, mantendo a fratura estável e alinhada enquanto ocorre a cicatrização.
Recuperação e reabilitação
Independentemente do tipo de tratamento, a fase de recuperação e reabilitação é essencial para restaurar a força, a flexibilidade e a função do punho.
- Controle da dor: Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser prescritos.
- Fisioterapia: Um programa de fisioterapia individualizado é fundamental e pode incluir:
- Exercícios de amplitude de movimento: Para recuperar a flexibilidade do punho e dos dedos.
- Exercícios de fortalecimento: Para reconstruir a força muscular no antebraço e na mão.
- Treino funcional: Atividades que simulam tarefas diárias para restaurar a capacidade de realizar movimentos específicos.
O tempo de recuperação varia, mas pode levar vários meses até que a função completa do punho seja restabelecida. Seguir rigorosamente as orientações médicas e fisioterapêuticas é crucial para um bom resultado.
Se você suspeita de uma fratura de colles, não hesite em procurar um ortopedista. Um diagnóstico e tratamento precoces são a chave para uma recuperação eficaz e para evitar complicações a longo prazo.
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