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Pronação/supinação vs eversão/inversão do tornozelo: qual a diferença?

Veja a diferença entre os movimentos supinação e a pronação do tornozelo.

Crédito: Globo Esporte Crédito:

O tornozelo um segmento complexo do nosso sistema músculo-esquelético. Ele desempenha um papel crucial na locomoção e estabilidade do corpo e é composto por três articulações principais: tibiotársica, subtalar e Chopart. Cada uma dessas articulações contribui para que o tornozelo realize os seguintes movimentos:

  • Na articulação tibiotársica ocorrem os movimentos de flexão (pé para baixo) e extensão (pé para cima);
  • Nas articulações subtalar e Chopart ocorrem os movimentos laterais, chamados de inversão (pé para dentro) e eversão (pé para fora).

Na prática todos esses movimentos ocorrem de forma combinada. Sempre se somam em alguma proporção. Isso dá ao tornozelo/pé a capacidade de realizar um movimento circunferencial.
Neste artigo, exploramos em detalhes a anatomia e a biomecânica do tornozelo, bem como as potenciais complicações e lesões associadas a esses movimentos.

Anatomia e biomecânica do tornozelo

A supinação é a soma dos movimentos de flexão da articulação tibiotársica, e inversão da subtalar e Chopart. Enquanto a pronação é a soma de extensão da tibiotársica e eversão da subtalar e Chopart.
A supinação e a pronação desempenham um papel fundamental na nossa capacidade de caminhar, correr e manter o equilíbrio.
Trocando em miúdos, a supinação do tornozelo ocorre quando a sola do pé é virada em direção à linha média do corpo, enquanto a pronação ocorre quando a sola do pé é virada para longe da linha média.
Os músculos protagonistas responsáveis pela supinação do tornozelo incluem o tríceps sural, o tibial posterior e o músculo fibular longo. Sendo os fibulares e flexores dos dedos e hálux os agonistas. Do outro lado, a pronação é predominantemente realizada pelos músculos fibulares curto e longo e tibial anterior (protagonistas) e extensores dos dedos e hálux (agonistas).
Além dos músculos, os ligamentos desempenham um papel crucial na estabilização do segmento tornozelo. Os ligamentos laterais do tornozelo, incluindo o ligamento talofibular anterior, o talofibular posterior e o calcaneofibular, são especialmente importantes na prevenção de movimentos excessivos de
supinação. Enquanto os ligamentos deltoide e mola são os principais estabilizadores rotacionais e restringem movimentos excessivos em pronação.

Lesões associadas à traumas em inversão do tornozelo

Traumas em supinação muitas vezes são chamados de “traumas em inversão” pela mídia leiga. Estes
são muito frequêntes e estão associados a lesões, como entorses e fraturas nas estruturas laterais do tornozelo. Entorses são lesões ligamentares enquanto fraturas, lesões ósseas.

As entorses laterais do tornozelo são as lesões traumáticas mais comuns entre atletas e indivíduos ativos, causando dor, inchaço e instabilidade na articulação. As entorses de tornozelo são classificados de acordo com a gravidade:

  • Grau 1: uma distensão leve com ligamento íntegro;
  • Grau 2: um pouco pior, com ruptura parcial, mais dor e maior tempo de recuperação que no Grau 1;
  • Grau 3: ocorre ruptura completa do ligamento, muita dor e incapacidade imediata. O tempo de retorno é maior que no Grau 2.

O tratamento varia de acordo com a gravidade da lesão e pode incluir repouso, compressão, elevação, imobilização e fisioterapia.
O protocolo mais utilizado hoje em dia é o que combina repouso absoluto curto, pouco tempo de imobilização, curto tempo uso de anti-inflamatórios e reabilitação (fisioterapia) precoce. (Procure por P.E.A.C.E. & L.O.V.E. Protocol).

Prevenção e reabilitação

A prevenção de lesões de tornozelo é fundamental para indivíduos que praticam esportes de alto impacto (principalmente futebol, basquete ou vôlei), atividades que envolvem mudanças frequentes de direção e movimentos laterais (tênis, por exemplo) e atividades em terrenos irregulares (corrida em trilha e atividades na areia de praia).
O fortalecimento e condicionamento, treinamento funcional específico com a melhoria do equilíbrio e propriocepção são estratégias eficazes para reduzir o risco de entorses.

Vitor Ameida Ribeiro de Miranda

Vitor Ameida Ribeiro de Miranda Ortopedia

Registro CRM 5272097-6

Graduado em Ciências Médicas pela UERJ em 2001. Residencia Médica em Ortopedista (2005), especialização em Cirurgia de Pé e Tornozelo (2006) e Mestrado em Ciências Aplicadas ao Sistema Musculoesquelético (2016) no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Especialista em: Cirurgia do Pé e Tornozelo, Traumatologia Esportiva, Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, Artroscopia do Tornozelo, Artroplastia do Tornozelo, tratamento de deformidades (incluindo joanete) e pé diabético. “Minha missão é aliviar seus sintomas utilizando os mais modernos e consistentes métodos de diagnóstico e tratamentos. Nem sempre é necessário operar!” Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, Sociedade Braseira de Artroscopia e Trauma do Esporte. É Membro Internacional da American Orthopaedic Foot and Ankle Society e da Minimally Invasive Foot and Ankle Society.

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Entorses

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