As lesões por esforço repetitivo (LER) emergem como uma preocupação crescente no cenário atual, especialmente com a popularização do trabalho remoto após a pandemia da COVID-19. Esses distúrbios, que englobam uma variedade de condições musculoesqueléticas, resultam da repetição contínua de movimentos e posturas inadequadas, afetando a qualidade de vida dos trabalhadores. Este artigo explora as causas, sintomas e, principalmente, estratégias de prevenção das LER, à luz das novas dinâmicas de trabalho.
Causas das LER
Os fatores que contribuem para o desenvolvimento das LER podem ser amplamente classificados, sendo muitos deles exacerbados pela mudança para o trabalho remoto:
1. Movimentos repetitivos
- Atividades repetitivas, como digitar ou usar o mouse, são intensificadas no contexto do home office, onde muitos experimentam uma carga de trabalho elevada e prolongada.
2. Ambientes de trabalho inadequados
- Muitas pessoas não possuem mobiliário ergonômico em casa, resultando em posturas prejudiciais. Cadeiras inadequadas e mesas não ajustadas podem levar a sobrecargas musculares.
3. Estresse e pressão no trabalho
- O aumento da carga de trabalho e a pressão por produtividade durante a pandemia contribuíram para comportamentos de trabalho mais prejudiciais, como longas horas sem pausas.
4. Falta de mobilidade
- O estilo de vida sedentário, muito comum em ambientes de home office, reduz a circulação sanguínea e a saúde muscular, aumentando vulnerabilidades a lesões.
Sintomas de LER
Os sintomas podem se manifestar com diversas intensidades e incluem:
- Dor e desconforto: Sensação persistente nas áreas afetadas, muitas vezes descrita como aguda ou queimação.
- Rigidez: Dificuldade em mover as articulações.
- Fadiga muscular: Cansaço excessivo após atividades que antes eram realizadas sem problemas.
- Formigamento: Sensações incomuns nos dedos ou nas extremidades.
É crucial que os trabalhadores reconheçam esses sinais precocemente, uma vez que a intervenção oportuna pode evitar o agravamento da condição.
Prevenção
A prevenção das LER exige não apenas ajustes ergonômicos, mas também mudanças comportamentais e culturais dentro do ambiente de trabalho. Aqui estão algumas abordagens práticas:
1. Adaptação ergonométrica
- Criar um espaço de trabalho confortável em casa é essencial. Use cadeiras com suporte lombar e ajuste a altura da mesa e da tela do computador para evitar posturas inadequadas.
2. Intervalos ativos
- Estabeleça o hábito de fazer pausas regulares, incluindo períodos para se levantar e alongar. Movimentar-se a cada 30 ou 60 minutos é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
3. Diversificação das tarefas
- Sempre que possível, alterne entre diferentes tipos de atividades ao longo do dia. Isso ajuda a evitar a sobrecarga em grupos musculares específicos.
4. Treinamento em ergonomia
- Promover workshops e programas de conscientização sobre posturas corretas e técnicas de trabalho pode ajudar com dicas a prevenir o desenvolvimento de LER.
5. Uso de tecnologia acessível
- Invista em ferramentas que diminuem a carga de esforço, como teclados ergonômicos, mouses com design adequado e suportes para laptop.
6. Exercícios físicos
- Praticar atividades regulares de alongamento e fortalecimento pode ajudar a manter a saúde muscular e a prevenir lesões. A adoção de rotinas de exercícios simples durante o expediente pode trazer benefícios significativos.
Em tempos de trabalho remoto, a conscientização sobre as lesões por esforço repetitivo é mais relevante do que nunca. Compreender as causas e adotar medidas preventivas adequadas são essenciais não apenas para a saúde do trabalhador, mas também para a produtividade a longo prazo. Promover um ambiente de trabalho que priorize a ergonomia, o movimento e a saúde mental é fundamental para garantir a qualidade de vida no contexto atual. A educação contínua sobre LER e as suas implicações deve ser uma prioridade para empresas e trabalhadores, visando preservar o bem-estar de todos.