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Roupas-robôs: exoesqueletos que ajudam paraplégicos a andar

Da imobilidade à liberdade: como estas roupas robôs estão devolvendo a capacidade de andar a paraplégicos.

Imagem/Reprodução: Ekso Bionics

Nos últimos anos, os exoesqueletos motorizados têm se destacado como uma solução inovadora para ajudar pessoas com paralisia a recuperar a mobilidade. Esses dispositivos permitem que usuários, como Joey Abicca, um jovem de 17 anos de San Diego, na Califórnia, consigam se erguer e caminhar novamente. Após um acidente que resultou em uma lesão na coluna, Joey foi apresentado a uma roupa biônica desenvolvida pela Ekso Bionics, que utiliza motores e estruturas mecânicas para facilitar os movimentos.

Tecnologia em ação

Quando Joey apoia a ponta de sua muleta de metal no chão, pequenos motores ativam um sistema que levanta sua perna esquerda e movimenta-a para frente. Ao realizar a mesma ação com o outro braço, os motores novamente são acionados, permitindo que ele dê um passo com a perna direita.

É fantástico. Acho maravilhoso poder ficar em pé de novo

Afirma o jovem, elogiando a sensação de estar em pé.

A tecnologia por trás dessa roupa robótica é impressionante. Composta por dois dispositivos mecânicos acoplados às pernas, ela utiliza músculos elétricos que desempenham um papel crucial na locomoção. Um computador, colocado nas costas de Joey e controlado por muletas similares a bastões de esqui, gerencia as funções do traje.

Pioneirismo e inovação

A Ekso Bionics se posiciona como pioneira na criação de exoesqueletos que não necessitam se conectar a uma fonte de energia por fios. Atualmente, esses trajes são usados principalmente em centros de reabilitação, mas a empresa espera que, no futuro, eles possam ser utilizados em ambientes urbanos como ruas e shoppings. O nome “Ekso” vem de “exoesqueleto”, refletindo a ideia de uma estrutura externa que complementa o corpo humano.

Além disso, a empresa, que teve seu início financiado por pesquisas das Forças Armadas, colaborou com instituições acadêmicas para desenvolver tecnologias voltadas para a mobilidade, como o projeto “Hulc”, que permite que soldados carreguem cargas pesadas em terrenos difíceis.

Custo e acessibilidade

Os exoesqueletos da Ekso, destinados à fisioterapia, recentemente foram disponibilizados em cerca de 15 centros de reabilitação nos Estados Unidos, a um custo de aproximadamente US 140 mil, além de um contrato anual de manutenção de US 10 mil. O dispositivo, que pesa cerca de 25 kg e é feito de alumínio e titânio, conta com autonomia de três horas, necessitando da assistência de um fisioterapeuta para substituir as baterias.

Aprendizado e reabilitação

A versão mais recente do traje introduz diferentes níveis de dificuldade para ajudar os pacientes a avançar em seu processo de reabilitação. O aprendizado é dividido em três fases:

  1. Inicialmente, o fisioterapeuta programa os passos;
  2. Na segunda fase, o paciente pode caminhar sem a ajuda de comandos manuais;
  3. E, finalmente, na fase mais avançada, o usuário controla o movimento apenas deslocando seu peso.

Surpreendentemente, os pacientes que não caminham há anos conseguem aprender a utilizar o exoesqueleto rapidamente. Eythor Bender, CEO da Ekso Bionics, afirma que, em apenas dois dias, muitos já estão andando sozinhos.

Futuro promissor

Yoki Matsuoka, ex-diretora de inovação do Google, ressalta que é tempo de tornar os exoesqueletos uma realidade comercial. Com o aprimoramento nas tecnologias de bateria e a utilização de materiais mais leves, como plásticos e fibras de carbono, a construção de robôs que ajudem o ser humano se torna cada vez mais prática e viável.

Os exoesqueletos não só representam um avanço significativo na tecnologia de reabilitação, mas também uma nova esperança para aqueles que enfrentam limitações físicas, permitindo que voltem a desfrutar de uma vida mais ativa e independente.

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