Por: Rodrigo Santos
Repórter Especial
O cuidado com a saúde do idoso esteve no centro dos debates do 1º Congresso Internacional de Ortopedia da Rede D’Or, realizado no Hilton Copacabana, no Rio de Janeiro. O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais entre os dias 18 e 20 de setembro e destacou tanto os avanços clínicos quanto os desafios estruturais para atender a população idosa em crescimento.
Durante a programação, o ortopedista Dr. Marcos Alves Correia, que participou de uma das mesas de discussão, destacou o quanto o trauma em idosos se tornou uma grande preocupação de saúde pública e suplementar.
Foi extremamente prazeroso ter a oportunidade de conversar sobre vários temas importantes de emergência e trauma, especialmente na área em que atuo, que é o trauma do idoso. Hoje, ele é de extrema importância, e precisamos estar bem preparados e estruturados para enfrentar essa epidemia que é o trauma nos idosos.
Afirmou.
Segundo ele, as fraturas em idosos — principalmente as de quadril — exigem resposta rápida e organizada.
Essas fraturas têm uma repercussão clínica séria e podem levar a desfechos não muito favoráveis. O idoso muitas vezes apresenta complicações neurológicas, síndromes como o delírio e problemas decorrentes da hospitalização. Por isso, atuar rapidamente e com eficiência é fundamental, sempre com apoio de uma equipe multiprofissional e suporte à família.
Explicou.

O ex-presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBOT), Dr. Tito Rocha, reforçou esse alerta ao apresentar dados preocupantes sobre a fragilidade da população idosa.
A fratura na parte superior do osso da coxa está entre as principais causas de hospitalização em idosos. Cerca de 48% deles caem pelo menos uma vez a cada dois anos. Além disso, 70% das mortes acidentais em pessoas acima de 75 anos são causadas por quedas.
Destacou.

A fala do Dr. Marcos Alves Correia também trouxe um olhar sobre a diferença entre o atendimento público e o privado. Ele lembrou que, historicamente, a rede privada não era estruturada para receber politraumas, mas que isso vem mudando.
Antigamente, os hospitais privados não tinham esse perfil de porta aberta para o trauma. Hoje, os novos hospitais já são concebidos com essa ideia, com salas de trauma estruturadas desde a construção. A equipe é fundamental, mas também é preciso uma estrutura mínima para receber adequadamente o paciente que chega da via pública diretamente à instituição.
Explicou.
O congresso encerrou suas atividades no último sábado (20) com a sensação de que os desafios do envelhecimento exigem ação conjunta entre médicos, gestores e famílias. Mais do que tratar lesões, os especialistas destacaram a necessidade de investir em prevenção, ampliar estruturas de atendimento e desenvolver estratégias que garantam qualidade de vida e autonomia para a população idosa.